1 de março de 2012

No One Killed Jessica

Primeiro dia da Semana do Poder Feminino Indiano
*Esse post contém Spoiler*



Bem o filme conta a saga da vida de Sabrina (Vidya Balan) que busca a Justiça pelo assassinato de sua irmã Jessica, tão logo o filme se inicia foca-se em como Sabrina recebe a notícia do acidente ocorrido com Jessica. O que seria um simples despertar de noite de Sabrina por algum machucado de Jessica, torna-se um pesadelo e assim nasce uma luta a travar. Jessica é uma menina alegre que sonha todos os sonhos de uma garota da sua idade, mas ela não sabe que ao chegar o outro dia, pode não mais se encontrar nele.

Jessica está trabalhando em um bar de uma festa, quando a bebida acaba e um rapaz chega ao balcão pedindo bebida, tão logo é comunicado que não há mais bebida ele se irrita e agride verbalmente a filha da anfitriã da festa, mas Jessica como amiga da filha da anfitriã defende-a. Mas a irritação do rapaz faz com que ele saque uma arma e em seguida dê um tiro para cima e outro na cabeça da vitima. Até então tem se a certeza que as 300 pessoas que estão na festa e confirmaram que Manish é filho de um ministro que não quer ter sua imagem suja e faz de tudo para que o filho seja livre e assim se sucede um onda de suborno as vitimas e pelo fato de Manish ser o filho de um ministro 300 pessoas negaram que pudessem ter visto o rosto do criminoso. Será essa a justiça que todo homem busca em uma situação como a da família de Jessica?? Gostaria de frisar que o filme é baseado em fatos reais.


Bem, o ponto principal desse filme são mulheres e por isso escolhi ele como um dos filmes para essa memorável semana em homenagem a essas mulheres guerreiras: Mulheres indianas. 

Myra Karn como Jessica
Vamos começar por Jessica, a vitima: Jessica era uma garota independente, apesar de ainda morar com os pais e as irmã Sabrina. Jessica tem uma vida noturna ativa e sabe se defender e a sua coragem de lutar por um ideal ou por um sonho é a razão principal de se opor ao pedido exigente de Manish em querer a bebida. No decorrer do filme passa uma cena em que ela e sua irmã estão andando pela rua quando um homem que vai na garupa/ varão de uma bicicleta passa a mão no seio de Sabrina, e Jessica não se contém em deixa-lo partir sem nenhuma repreensão e assim corre atrás do homem que vai na bicicleta e quando o alcança não se contenta em apenas esbraveja em cima dele, mas parte para cima e começa a bater nele na tentativa de proteger sua irmã.

A sagacidade dela e a sua coragem é um marco evidente e tão louvável que nos faz desejar mais ainda a punição de seu assassino. Bem quando a cena decorrente do homem que assedia sua irmã é uma cena bem comum no ambiente da Índia, onde uma mulher por se vestir de modo como uma mulher ocidental se veste, é um meio, ou motivo suficiente, de atrair esse tipo de assédio, e é como a própria Jessica disse: Uma vez que o assédio é cometido e o homem não é punido pode ser o caso de quando passar pelo mesmo novamente não seja apenas um passar a mão no seio, mas um provável estrupo.

Vidya Balan como Sabrina

Umas das personagens centrais do filme é Sabrina, irmã de Jessica. Sabrina é uma mulher moderna apesar do seu jeito recatado. Admiradora confessa de sua irmã, ela não escondia de ninguém o quanto amava Jessiva. Sabrina é a mulher que foi atras de respostas quando toda a policia e a justiça indiana estava lhe dando as costas. Apesar do aparente perfil de seus pais de derrota, ela não desistiu e lutou por justiça. Apesar de Sabrina ser uma personagem central do filme alguma coisa nela me incomodava e que me deixou um pouco indignada. Apesar de toda a sua luta não consegui sentir nela o espirito de garra e de luta é como se ela fosse atras das testemunha sem realmente ter uma vontade de está lutando é como se não tivesse forças e estava sendo empurrada pela ocasião. 

Não gostei de como ela se portou de frente as câmeras, apesar de inicialmente o caso não ter tido ênfase na mídia. Mas acima de todo esse comportamento que me deixou mais triste foi como ela se calou quando o caso foi encerrado. Mas apesar do olhar tímido eu pude perceber que ele manteve o olhar firme e estava se mantendo forte para que não pudesse abalar a sua família. Percebi que com a morte da irmã, a sua família ficou totalmente abalada e ela se tornou a base e as colunas da casa e assim mesmo sem forças foi em busca de respostas para que sua irmã pudesse descansar em paz.

Rani como Meera
E finalmente vamos falar sobre Meera (Rani Mukherjee), que pra mim foi a representação da mulher moderna no filme. Meera é uma repórter que pra começar mora sozinha, tá não é sozinha ela tem uma empregada, não mora com os pais e assim que o pai liga pra ela perguntando quando vai se casar logo ela desconversa dizendo que não tempo para namoros que dirá casamentos. Já imaginou a situação??: Uma mulher solteira, mora sozinha, independente, trabalhadora. Mas uma prova de que Meera é uma mulher independente é a cena em que ela está em casa aos beijos, com um possível ou provável namorado, e seu telefone toca e ela o abandona por uma reportagem que se diz o auge de uma reportagen em seu conceito. 

Depois de todos os itens que citei acima percebem os adicionais: Beijos, namorado em casa sem a companhia de familiar e outra o abandono da mesma por causa do trabalho. Coisa bem incomum na sociedade indiana, onde uma mulher não moraria sozinha não levaria o namorado em casa sem a presença de uma família, e por ultimo abandonar um homem por causa do trabalho. Com certeza esse ultimo adicional é o tempero da personagem, uma sociedade como a indiana onde tudo basicamente gira em torno do "macho" abandona-lo por qualquer razão é um insulto a sua masculinidade. É incrível como a feminilidade toma conta dessa mulher. (Fico tão emocionada ao perceber os passos lentos da independência feminina na Índia)

'Porque a justiça tem sido negada'
Bem, no filme duas mulheres me deixaram extremamente revoltada, uma foi a mãe da amiga da Jessica, Mallika Sehgal, que era uma mulher fingida, dissimulada e impertinente. Que, provavelmente, para não se dar mal na de frente a elite da sociedade indiana finge está confusa quanto a sua certeza sobre quem é o assassino de Jessica, uma pessoa que a admirava, fato que me deixa mais revoltada. E a outra mulher é a mãe de Manish, que o filme inteiro só teve uma fala: " Faça o que for preciso, mas salve meu Monu." preciso fala o quanto a hipocrisia dessa mulher me revoltou? Como uma mulher que pode se comportar dessa maneira? Eu simplesmente não entendo!! Como pode existe mulheres que se acomodam em um situação extensivamente submissa? Era pelo simples fato de que o marido dela é um ministro e possuem um filho, que foi criado a pão e mel e não pode sofrer? Simplesmente essas mulheres me deixam triste embravecida.

Bem com estamos vivendo a semana da mulher esse post é totalmente voltado para as questões da mulher indiana.

Cena pra lá de emocionante.

Duas mulheres lutando suas batalhas como podem.


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7 comentários:

  1. Que ótimo esse filme por aqui! Eu amei e é um dos meus preferidos!

    As três personagens tem seus podederes feminios, cada uma à sua forma, o legal nesse filme é exatamente isso, ver que existem diversas maneiras de demonstrarmos força.

    Quanto à personagem da Rani, profissional, independente, morando sozinha e namorando livremente...rss, acredito que já existem muitas como ela nas grandes cidades indianas, porém são raras as personagens porque o cinema na Índia ainda é visto como uma forma de manipular a sociedade na manuntenção das tradições. O bom é ver que aos poucos algumas personagens assim são inseridas no Cinema Indiano :)

    Ahh, essa frase: "Faça o que for preciso, mas salve meu Monu." me irritou extremamente no filme, não é possível que um diretor que rode um filme tão bom não tirou isso!!! 0_0


    Parabéns Sara, pelo post e pela escolha do filme!

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  2. "As três personagens tem seus podederes feminios, cada uma à sua forma, o legal nesse filme é exatamente isso, ver que existem diversas maneiras de demonstrarmos força. "

    Pri, minha diva. Eu ia falar exatamente isto! A minha personalidade tende mais para a da Sabrina, então me identifico com estas guerreiras silenciosas. Repare como ela foi atrás, coletou depoimentos e foi lentamente sendo minada por toda aquela montanha de corrupção e hipocrisia. Quando ela cansou e não quis mais, consegui entender por quê. É muito triste.

    Adoro a Rani neste filme, mas esses dias li um comentário engraçado. Um rapaz estava falando que a Rani parecia desesperada por um papel importante, diferente, esqueci qual palavra usou. E não é que é isso mesmo? O papel da ~jornalistona modernosa~ não é lá muito original, mas é impossível não amar alguém tão livre, forte e desbravador. Foi bom ela ter tido força quando a Sabrina não tinha mais. Uma pôde apoiar a outra.

    Às vezes (ou sempre) me é difícil acreditar que tudo aquilo realmente aconteceu. Essa humanidade não cansa de me surpreender.

    Priiii, acho os momentos dessa frase tão bons! Foi um toque de humor que o diretor e o roteirista deixaram que, apesar de simples, dá o sentido do quão patética é aquela mulher voltada para o seu mundinho onde a única coisa que importa é salvarem o seu Monu - não importando o que ele tivesse feito. Algo tão patético quanto o é toda essa história absurda.

    Parabéns, Sara! [2]

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  3. Gostei tanto do texto, parabéns!!

    Eu tb fiquei um pouco incomodada com Sabrina no começo do filme, mas entendi q ela se sentiu acuada quando 300 pessoas mentiram. Até eu me sentiria sozinha e com medo com tanta gente contra mim. Acredito q ela tenha ficado desesperançosa, depois q entra Meera a história vai mudando um pouco. Adorei quando a Meera dá um sabão legal na Sabrina.

    Meera é totalmente Girl Power!!!


    Eu pensei o mesmo quando vi a cena

    ‘Com certeza esse ultimo adicional é o tempero da personagem, uma sociedade como a indiana onde tudo basicamente gira em torno do "macho" abandoná-lo por qualquer razão é um insulto a sua masculinidade.’

    Eu confesso q achei graça na frase: "Faça o que for preciso, mas salve meu Monu."
    Levei para o lado cômico pra tirar um pouco a tensão da história, mas vendo a coisa pela seriedade a frase é extremamente fora de lugar e revoltante.


    Raquel.

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  4. Ainda não vi esse filme mas concordo com a Priscila nas grandes cidades da Índia já devem existir mulheres assim cheia de determinação independente morando sozinha e namorando livremente adoro essa ideia ( :

    Parabéns, Sara!

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  5. Adorei ler seu post Sara! Apesar de não ter assistido o filme, já ouvi muitos comentários na QCINB e quero assistir!!! É interessante notar que, apesar da sociedade indiana ser mais fechada que a nossa, não existem muitas diferenças se voltarmos à alguns anos atrás. É como se a Índia estivesse um pouco mais lerda no caminhar para o futuro...mas na verdade, é que eles possuem uma tradição que nós não temos e isso é muito forte numa cultura. Os casamentos arranjados, por exemplo, faz parte da tradição e é muito difícil de ser quebrada. (Ás vezes penso que seria uma boa casamento arranjado aqui no Brasil, na minha família tem tanto solteirões :p)Mas a tendência é essa mesmo, com o tempo, tudo vai ser uma mistura de culturas, e as tradições vão se perdendo...
    Parabéns Sara!!!Bjs

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  6. Ah meu comentário foi mais baseado na personagem moderninha da Rani!!!

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  7. A Rani está em todos os filme de power girls...ela é a personificação do poder. Eu adorei esse filme pelo fato de que elas não desistiram...continuaram buscando evidencias e mesmo quando elas estavam totalmente desacreditadas, elas continuaram. É triste como filhos de juízes, de políticos entre outros com muito dinheiro ficam acima da lei, podem fazer tudo que não vão presos. Texto maravilhoso Sarinha...grande beijo!

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