3 de junho de 2018

Haq Se (2018)




Haq Se é o mergulho em águas claras e os suspiros de ar fresco que a Índia precisa, quando o assunto são séries e novelas. Não obstante, se faz necessário destacar que esta é uma web série, que é praticamente um novo mundo, um outro mundo da mídia indiana. A TV aberta indiana ainda se encontra extremamente presa ao tradicionalismo e conservadorismo indiano. E as web-series ganham cada vez mais espaço entre os jovens indianos que buscam algo mais próximo de sua realidade, algo com que eles se identifiquem. Séries como Tanhaiyan (2017), Breathe (2018) e muitas outras são sucessos extremos entre o público jovem indiano, não só por sua boa produção, mas também por suas atuações magníficas acompanhadas de cenários extraordinários, fotografia impecável e trilhas sonoras arrebatadoras. Em poucas palavras: Uma Índia moderna real e irresistível, uma Índia palpável.

Haq se é uma história que tem uma mistura de política, religião, conflitos e a tentativa de quatro (4) garotas em manter a fogueira de seus desejos acesas em um ambiente altamente conturbado como a Kashmir*. 

*Kashmir, em português Caxemira. Utilizarei a Kashmir por gostar da forma original da palavra. Utilizando assim da minha liberdade como escritora desse blog. 

Uma história sobre de amor, mentiras e corações partidos em Kashmir. 

Haq Se é livremente baseada em 'Mulherzinhas' de Louisa May Alcott, que é uma história autobiográfica centrada em quatro (4) irmãs crescendo entre 1861 e 1865, durante a Guerra Civil Americana. Essa série, no entanto, se passa em Kashmir, provavelmente em 2017, com personalidades, sonhos e ambições completamente diferentes, e não deixando de lado que é uma série com o islamismo como protagonista, que é um fator um tanto raro nas produções seriais indianas. A história é inspirada na obra de Louisa Alcott, o que significa, que há semelhanças entre o plot a ser abordado, mas o roteirista, se utiliza da licença poética de sua arte e cria seu roteiro com originalidade em uma história pré-estabelecida. 

Como eu mencionei anteriormente a história se passa em Kashmir e para quem não sabe Kashmir é um território no norte da Índia que abriga um dos maiores conflitos territoriais e religiosos do mundo. Esse território é dividido em três e são administrados pela Índia, Paquistão e China. Os conflitos por essa 'terra' duram desde o século 19, e não é surpresa que esse pedacinho do céu, por sua beleza paisagística e cultural, viva em profunda turbulência. 

Essa série traz com muito frescor os conflitos de Kashmir, sejam eles sociais, culturais, políticos e religiosos, em que todos estão centrados nos eventos relacionados as mulheres da família Mirza, em especial as quatro (4) irmãs. A série possui 20 episódios, mas que você pode com facilidade maratonar e assistí-la em um dia, em primeiro lugar porque são episódios curtos entre 30-18 minutos e em segundo, porque cada episódio é extremamente envolvente e te faz ansiar pelo próximo episódio, em busca de compreender os conflitos, o romance, a sagacidade e o protagonismo que vai se construindo no decorrer de cada episódio. 

(Esquerda para direita: Bano, Amal, Meher e Jannat)
Um dos momentos mais maravilhosos dessa série,
aquele momento em que todas colocam suas diferenças de lado e se apoiam.

- Atuações, fotografias e figurino. 
Fiquei extremamente impressionada, satisfeita e contemplada com esse elenco. Por quê? Porque é simplesmente o melhor elenco de séries até hoje. Todas as atuações são extremamente maravilhosas e vão além da expectativa do telespectador da série. Eu, sinceramente, avalio esse elenco com 5★ (estrelas), sem o menor medo de me arrepender. A atuação desse elenco é tão impecável e determinante que você chega a amar e odiar determinados personagens, mas também não consegue escapar da beleza aos olhos que essa série exibe. O elenco, em um ponto das atuações que me deixou extremamente impressionada, foram as crianças que atuaram nessa série, aparentemente crianças com menos de 4 anos, mas que dão um show de interpretação de deixar qualquer ator no chinelo, simplesmente sensacional. 

Com um cenário gravado no Vale de Kashmir, essa série é carregada de cenários fantásticos, pra dizer o mínimo. Os fundos gelados e montanhosos da conturbada Kashmir e Jammu, a calmaria do rio Jehlum, as lindas florestas, as casas de aspectos aconchegantes, embora não acompanhem o plot moderno da série. Cada cena é tão bem fotografada e com enquadramento e perspectivas perfeitas que você chega a se perguntar se não é uma pintura. E claro, para acompanhar esse cenário maravilhoso, nada melhor do que figurino de tirar o fôlego. Os saris, os phirans, as echarpes e tarangas (um espécie de burca) são simplesmente lindas, a vontade é simplesmente de chegar na Índia e comprar todas sem se importar com quanto vou gastar. Mas ressalto, que me surpreendeu foi a moda tradicional muçulmana andando lado a lado com os jeans rasgados, os saltos altos e um lençol que vira vestido. Aqui, eu faço um ressalva para a criatividade da Amal, uma coisa que sempre vi nas vitrines das lojas, eu pude ver em um série de protagonismo muçulmano, um pedaço de pano, o lençol, transformado em um vestido e uma tornozeleira que se transforma em tiara.

A criatura tem talento, uma pena que é um peste de tão atentada.
- As escolhas e as circunstâncias: na montanha russa da vida é preciso estar preparada 
Preciso admitir que as circunstâncias iniciais da série me deixam um tanto irritada, mas não menos curiosa com desenvolvimento da narrativa e das personagens. Nesta série temos uma irmã, Bano, que é música, que está mergulhada nesse mundo e que leva a música como parte de sua essência e mora dentro desse mundo que ela constrói, até ela se chocar com a realidade de perseguir seus sonhos. Temos uma irmã, Jannat, que é socialmente política ativa e que na montanha russa de sua vida vê alguns de seus pontos de vista sendo moldados, mudados e reconstruídos assim que o tema bate a porta de sua realidade, o que nos deixa a incógnita de sua desilusão com sua causa. Temos uma irmã, Amal, que é extremamente decidida dos seus objetivos de se tornar uma supermodelo e atriz, de modo que a mesma não mede esforços ou limites para alcançar seus desejos. 

Temos também um irmã, Meher, que está presa ao seu mundo particular reservado, embora não se encontre distante ou separada da sua realidade familiar, que se preocupa com o reflexo que transmite a sociedade que ela está inserida. Mas não menos consciente do quão nociva ela pode ser, se você não se enquadrar nos padrões que ela fornece, o que para mim é o ponto decisivo para as suas tomadas de decisões, imprimindo a ideia de repressão que sua sociedade transmite. E como não falar da mãe e da tia dessas personagens, que são irmãs, mas inicialmente com pontos de vista diferentes sobre a vida e relacionamentos, uma vez que a mãe das meninas, Rabiyah, tem um casamento estável e amável com seu marido, embora ele esteja ausente da série até o último episódio, mas que tem uma conduta como mulher quase divina. E a tia das meninas, Fatima, inicialmente uma mulher que se vê envolvida em lençóis de um amor servil e cego, mas que diante da dura realidade dos conflitos que envolve a sua família, ela consegue se libertar e abrir os olhos para uma nova perspectiva da vida que a valoriza como mulher e ser humano. 

- Trilha sonora: leve, delicada e memorável aos ouvidos.
Falar de qualquer produção indiana e não falar das músicas que acompanham a produção é quase um pecado tão terrível quanto não jejuar no Ramadã*. 

Haq Se nos apresentou duas músicas inéditas, que foram simplesmente arrebatadoras. A poesia e a delicadeza das músicas se refletiam na interpretação da personagem caracterizado pela Bano que tem sempre como companheiro o seu instrumento musical. A Bano é a personagem que é apaixonada pela música e carrega muito de uma pessoa que carrega a música em sua personalidade, logo refletida em sua composição música. A sensibilidade e a poesia de Ku-e-yaar é simplesmente arrebatadora, é impossível você não se sentir tocada pela canção. Guftagoo também é maravilhosa e de uma delicadeza incrível, que ao ouvir você se sente completamente derretida e impactada pelo amor que a música deseja transmitir. Vale destacar também que a série nos agracia com músicas que já fazem parte da nossa experiência bollywoodiana, como a maravilhosa e triste Hamari Adhuri Kahani, música título do filme de mesmo nome e a divertida Neendh Churayi Mer do filme Isqh (1997). Se você não se interessou por essa série até agora com esse enredo maravilhoso, com essa trilha sonora com toda certeza, você vai se interessar. 

*O Ramadã (ou Ramadão) é o 9º mês do calendário do Islã, e durante este período, o povo muçulmano coloca em prática um ritual de jejum (suam), considerado o 4º entre os 5 pilares do islamismo.

- O romance: porque todos precisamos de um pouco de água com açúcar na vida. 
Nenhuma história é completa sem romance, não é mesmo? Então vou começar pela parte dos romances que eu considerei "chato", até por sua pura sugestão aos triângulos amorosos que eu tanto odeio. Triângulos amorosos pra mim são sinônimos de negligência, onde alguém vai ficar sozinho, ou alguém vai ganhar um prêmio de consolação na forma de um personagem aleatório que surgirá na trama ou até mesmo algum personagem esquecido nas profundezas da trama narrativa. Destaco, que embora eu considere alguns romances chatos por seu apelo triangular, não posso deixar de falar que eles nos rendem ótimas cenas de encantamento e música. No fim dessa questão, percebo que sempre tento tirar algo de lucrativo e incentivador. Deixarei meus casais e romances preferidos por último neste tópico, porque a melhor parte da comida a gente deixa por último, né? (risos).

A despeito do drama social, político e religioso da série, o romance não deixa em nada a desejar. Se preparem para cenas fofas e lindas, mas também se preparem para as lágrimas que poderão rolar, não digam que não avisei. Embora no meu ponto de vista, a série seja mais sobre perseguir sonhos do que romance, diferente do que já acompanhei da obra da Alcott. O romance destacado na série é tão maravilhoso que ele não mina as tensões políticas e sociais que o drama oferece, pelo contrário, ele dá a leveza que a gente precisa no momento e na medida certa.

*Bano - Tabish(Azi) - Jannat*
Nesse trio, nós temos o clássico exemplo do caso de maria que ama joão, que ama teresa que não ama ninguém, até metade da série.

Por isso temos, Bano, irmã de Jannat, que é apaixonada por Tabish, o melhor amigo de Jannat, por quem é apaixonado, mas ela não o ama.  Na tentativa de dar um pouco de tempero a esse triângulo amoroso fadado ao fracasso, temos Bano com seu espírito romântico compondo uma música, Guftagoo,  para Tabish, que por sinal é um música maravilhosa, como citada no tópico anterior. No entanto, em sua cega paixão por Jannat não percebe em nenhum momento que Bano está bem ali do seu ladinho pronta pra amá-lo. Embora esse triângulo não apresente a pretensão de realização por nenhum dos lados, ele oferece boa música, boa poesia e até cenas fofas, embora a fofura e o amor das cenas não sejam correspondidos.

Allah me ajuda que não gosto nadinha de triângulos amorosos.
*Amal - Raghu - Jannat*
Segura que aqui vem o triângulo amoroso que eu realmente acho chato, por quê? Porque temos Amal, irmã de Jannat, que se interessa por Raghu que é interessado em Jannat que corresponde Raghu. Esse romance tinha tudo pra ser um romance fechadinho, se não fosse a intromissão da Amal com sua obsessão em conquistar o Raghu desde o primeiro momento que ela o encontra. As cenas do Raghu e da Jannat são bem bonitas e algumas até bem fofas, mas que a Amal consegue atrapalhar sempre que interfere.

* Fatima- Junaid*
Um casal que já surge montado no bom humor e gargalhadas. Junaid é introduzido na vida de Fatima e no primeiro momento de sua aparição, mesmo com sua personalidade tímida, não consegue esconder seu interesse e admiração por ela. Eu te desafio a assistir essa série e não cair na gargalhada a cada vez que o Junaid se encontra com a Fatima e a palavra pudim, de alguma forma, entra no diálogo. Um casal maduro, uma vez, que eles não são jovens, mas adultos vividos, que traz um frescor e leveza tão gostoso que é impossível você não ficar torcendo pelos dois a cada pudim proclamado.

*Meher - Naushad*
Aqui temos o básico plot romântico que tanto amamos, o famoso caso de amor e ódio, mas recheados de cenas divertidas e cheias de cumplicidades. A vida amorosa de Meher Mirza é completada por Naushad Rizvi, um médico intransigente e não-emocional, que tem forte opinião sobre o clã Mirza.  Sua esposa o deixou e ele tem uma filha, que nos encanta no primeiro segundo de sua aparição e é quase impossível não ceder aos dois minutos de atenção que ela, corriqueiramente, pede durante a série. As cenas de Meher-Naushad são ótimas, sempre temos o conflito e a instantânea reconciliação, ainda que neguem a situação. Nada é melhor do que a cena da Meher se encontrando com o Naushad bêbada e tentando conferir a realidade da sua situação, mais divertido ainda é ela o chamando de Dr. Rude. Para no dia seguinte, protagonizar ótimas cenas na tentativa de se desvencilhar dele para explicar o acontecido e o impulso de pedir/esperar a sua demissão, uma vez que ambos são médicos e trabalham juntos.

A clássica cena que diz: 'do jeito que você me olha, vai dar namoro'.
O shipp aqui é forte, é eterno.
- A mulher, a tradição e conservadorismo: a quebra de estereótipos. 
Essa série é bem especial se você observar que ela se concentra em quatro personagens femininos de personalidade extremamente diferentes, ainda que tenham tido a mesma educação. A série, principalmente, surpreende por quebrar o estereótipo e o senso comum mais popular sobre a Kashmir, que é a ideia de que a mulher daquele espaço está completamente presa a burca, ao hijab e ao xador, como se em o mundo em que eles vivem estivessem parado no tempo ou vivessem em um mundo a parte do nosso. Um erro muito comum, mas que a série consegue desconstruir com louvor, ainda que choque ao primeiro olhar. 

A série é escrita e roteirizada por duas mulheres, que com sua produção podemos perceber que estão, sim, envolvidas nas perspectivas do amadurecimento da mulher indiana e mais ainda, da mulher de Kashmir, e escancarando as portas do feminismo indiano. Embora seja complicado levantar essa bandeira declaradamente na mídia indiana, a Devika Bhagat e a Renuka Kunzru, escritora e roteirista de Haq Se, respectivamente, estão sempre prontas a mostrar seus personagens femininos fortes e independentes. Embora eu discorde de pontos de vista das mesmas em seus roteiros e histórias, reconheço o esforço de ambas. 

É importante também ressaltar que a modernidade da série não se resume apenas ao figurino, mas também ao 'linguajar'. Esse, então, choca e muito além do figurino da série, por quê? Pelo simples motivo de que os palavrões não são medidos e muitos menos maquiados, são falados sem medir as palavras ou o tamanho do impacto. Os temas que envolve a feminilidade cotidiana da mulher como namoros, sexo, prevenção, ciclo menstrual, gravidez e outros são debatidos ou mencionados com muita naturalidade. O que torna tudo ainda mais fantástico, uma vez que a mídia indiana insiste em deixar temas comum ao cotidiano feminino de fora e sempre apostar na perspectiva da mulher pura, inocente e imaculada, uma coisa que me irrita profundamente. 

As mulheres de Kashmir não são diferentes das mulheres do resto mundo, quando se trata de um mundo moderno em que estão totalmente imersos na tecnologia da informação, vide a Jannat ser uma jornalista extremamente acessada e acessível. As mulheres de Kashmir sabem e fazem sexo fora do casamento, não deveria ser tabu, não deveria ser uma represália, embora podemos compreender o status social e religioso que a Índia, e principalmente, Kashmir carrega e transmite. E por isso, a ideia de que mulheres cantam e principalmente celebrem com a música é considerada tão ofensiva em um ponto da narrativa e acometida pelos ataques fanáticos, o que me deixa profundamente chateada com a negligência do tema dentro da série. 

A ideia de conservadorismo está bem presente dentro da narrativa dessa série, uma vez que os personagens tentam desconstruir a ideia conservadora de sociedade, religião e política a todo momento. Os maiores antagonistas da série estão fundamentados em personagens masculinos, o que é extremamente incrível, na minha perspectiva, que estou cansada de deparar com os maiores antagonistas das mídias indianas fundamentadas em personagens femininos, em que quando se trata da mulher moderna é transformada em um pessoa sem escrúpulos ou princípios. E na contra mão dos antagonistas, a série apresenta um conjunto de personagens masculinos incríveis e capazes de defenderem seu ponto de vista sem rebaixar as mulheres e suas personalidades independentes. 

Outro ponto alto da série é o debate que se constrói ao redor do que é o casamento. Em determinados momentos da série eu fiquei com a forte ideia de que o casamento está caminhando por trilhos que o levarão a ser uma instituição falida. Mas como toda produção indiana, não me surpreende que em algum momento essa ideia mude, uma vez que Fatima, que inicialmente despreza a instituição do casamento com sua conduta de amante, encontra o amor e nele a reconstituição dos valores e fundamentos do casamento. O amor de Fatima e Junaid trazem a série em seus últimos momentos um frescor e um sopro de vida e esperança a instituição que é o casamento dentro da cultura indiana e islâmica. 


- A religião e a política: o terrorismo não tem religião. 
Aqui, queremos ressaltar que, embora o cenário seja islâmico, juntamente com os acessórios necessários da prática dessa fé como o cobrir da cabeça e a leitura do namaaz, as orações islâmicas, não há uma conversa religiosa ou doutrinadora que nos deixará completamente enfadonhos. Ao invés disso, todas as questões que as meninas enfrentam são muito seculares e semelhantes ao que qualquer outra garota normal em outras partes da Índia enfrentará, embora estas dentro da perspectiva da Índia islâmica. Os festivais e comemorações do calendário islâmico não são desprezadas e muito menos panfletárias, mas são leves e maravilhosas de ser ver. O que pra mim é um ponto maravilhoso da série, a leveza com que seguir a religião islâmica pode ser tratada. 

No entanto, para uma série como Haq Se em que o ponto da crítica de uma das personagens é o fanatismos religioso e político, fiquei com a impressão de que a parte que a narrativa tenta se concentrar no terrorismo religioso violento é negligenciada e banalizada ou basicamente efêmera para a proposta apresentada. No combate incisivo a essa temática a série nos deixa presos a frases e jargões clichês que envolve a temática, como por exemplo a frase 'o terrorismo não tem religião'. Embora eu concorde com essa frase, ao ponto de utilizá-lo no subtema desse tópico, é importante ressaltar que a crítica vai além de uma simples frase. Embora a personagem Mirza escreva em seu blog sobre a política que envolve a Kashmir, tudo me parece antes de mais nada um blog para se vingar de seus desafetos, tudo me parece muito solto e sem muita firmeza. 

O embate politico da série também se dá de forma muito superficial. O conflito politico me parece muito preso as ações de Mirza e suas publicações de seu blog, em que é chacoalhado a cada bip anunciando uma nova postagem. Embora prometa ser parte de uma das protagonistas, o debate politico é extremamente superficial e as figuras políticas são figuras comuns que já encontramos nas produções indianas. Um politico em exercício mandatório de caráter duvidoso e envolvido em escândalos extraconjugais. Embora sua vida pessoal esteja na zona por causa de seu caso extraconjugal, nenhum aspecto de sua vida política é pautada para que se aprove e/ou comprove o embate com Mirza. A oposição nos traz a familiar figura do avô de um dos personagens que está ali sempre pronto para atender os caprichos de Mirza, e que zela pela integridade da família e dos valores tradicionais indianos, embora não feche os olhos para a fortaleza das atitudes das mulheres que o rodeiam.  

O que achei da série? 
O que foi bom: Uma série completamente fora do eixo das produções indianas, abrindo espaços para diálogos maduros e realistas da perspectiva feminina. Embora de maneira rápida pra um série de 20 episódios com curta duração, os diálogos foram abertos com uma naturalidade impressionante. Pra mim foi extremamente revigorante ver mulher na Índia, em um território de confronto como Kashmir, falando de sexo fora do casamento, gravidez e muitos mais com extrema naturalidade. Essa série pode ter mais 20 episódios que eu facilmente assistiria sem reclamar. 
O que foi ruim: A negligência de determinados temas me deixou um tanto irritada. Temas fortes e que sustentam plots importantes da série não podem ser negligências, pois nesse ritmo personagens serão negligenciados. 
Assistir ou não assistir: POR AMOR DE ALLAH, O SUPREMO, ASSISTA. Como se anda dizendo por aí, a série é completamente fora da caixa das produções indianas traz o frescor das mulheres indianas modernas, assim como seus demônios e dificuldades a serem enfrentadas. Eu, particularmente, vou panfletar essa série loucamente, de tão maravilhosa que ela é.

Fiquem com as melhores cenas dessa série maravilhosa e pra lá de impactante e encantadora:
Me ajuda, que eu tô deitada no chão passando mal.
A criatura chega chegando e me desestruturando.

A realidade é exatamente essa amiga... Se prepara que o micão vem aí. ♥
EU AMOOO ESSA CENA.

Você é deus, Dr. Rizvi? - Às vezes, eu sou.
>>Acrescento, deus da destruição, destruiu meu coração<<

Você é ladrão? - Por quê?
- Porque você roubou meu coração.
HAHAHAHAHAHHAHHAHAHHAHAHA

As cenas seguintes me desestruturam,
aqui o clímax da série começa ficar intenso.

Meher pedindo desculpas por nos encher de fofura com suas cenas com a Aliyah.

Pudim! ♥

2 (dois) minutinhos, por favor.
>>Resista, se você puder<<
Baby, eu já sabia que ia dar certo... eu só queria...

Meher, amiga, se controla que está ficando óbvio!
Você merece algo melhor, Bano.
>> Concordoooo. Assino embaixo. <<
Família, Família... <3 

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