21 de maio de 2018

Phir Se... (2015)



Phir Se é um romance sobre amadurecimento nada comum nos cinemas de Bollywood, embora siga rodeado dos clichês dos filmes indianos quando nos encontramos no clímax do filme. Phir Se tenta trazer uma nova, mas ao mesmo tempo antiga, perspectiva sobre o amor e o que é necessário para se ter amor. Phir Se vem para antes de qualquer coisa responder uma das perguntas mais feitas em nossas vidas: 'o amor merece uma segunda chance?'.

Posso dizer que é um filme despretensioso, mas que cumpre seu papel na mensagem que quer transmitir. É um filme que é sobre o amor, mas não sobre o primeiro amor, afinal, o seu primeiro amor, pode não ser o amor da sua vida.

Segundas chances, por que não?



- De novo? Mas não tão novo assim.

Os protagonistas são 'heróis' não muito comuns no cinema indiano, afinal, não me lembro de muitos filmes em que os protagonistas são divorciados e buscam segundas chances na vida. Você comumente se encontra com personagens, principalmente, femininos que são divorciadas, mas não buscam um outro amor na vida. Entendo que não é uma perspectiva que a Índia incentive. Outra perspectiva desse filme é a existência de um casal homossexual bem próximo dos protagonistas, que são os pais do Jai, o protagonista. Que se apresentam com um toque de bom humor na vida não só de Jai, mas também na vida de Kajal, enquanto amiga, depois namorada e por fim noiva de Jai.

O filme começa mostrando os momentos finais e decisivos do processo de divorcio dos protagonistas, embora, eles se separem por motivos diferentes. Ele foi traído pela esposa e, já, ela viu no casamento o amor se acabar, de modo que não sobra espaço para reconciliações. Posso dizer que esse filme deseja antes de mais nada falar sobre o amadurecimento do amor, do romance e da vida. Não é à toa que o filme se apresenta com cenas de beijos, não tão comuns em filmes indianos, e, eventualmente, sexo.

- Raj Kapoor e os degraus de um relacionamento a dois. 



Mais um filme que nos traz Raj Kapoor como um centro da representação do homem romântico e do romance bollywoodiano, e consequentemente até o tão desejado Sr. Certo, que é tão esperado por todos aqueles que se apaixonam. E mais não bastava ter uma referência a Raj Kapoor, o filme apresenta o personagem em um bolo de casamento que é composto por 3 andares, que dentro do contexto do filme são representados pelos degraus a subir em um relacionamento. O que essencialmente tem tudo a ver com o filme, uma vez que eles não se apaixonam à primeira vista, mas é uma coisa que vai acontecendo gradualmente.

Se tem uma coisa que sabemos que é difícil, é conseguir subir todos os degraus de um relacionamento sem deixar para traz o que nos leva a entrar em um relacionamento com alguém. Uma das minhas cenas favoritas do filme é de um diálogo entre os protagonistas sobre o porquê as pessoas tentam mudar seus parceiros ao longo dos relacionamentos, de modo a mudar a pessoa pelo qual ela se apaixonou. E uma vez que a pessoa é transformada, ela deixa de ser a pessoa por quem você se apaixonou, e isso faz muito sentido pra mim.


- O tradicional e o moderno: Um encontro casual e problemático, mas com um bom humor.

Como citei no primeiro tópico do filme, temos nesse filme um casal de gays, que são os pai do Jai. As cenas com o casal são ótimas, bem leves e até divertidas. E quando olhamos a família da Kajal, nós encontramos a típica família dos filmes indianos, principalmente caracterizada pela mãe tagarela, que não deixa nada escapar e, como toda mãe indiana, aproveita toda oportunidade pra apresentar um futuro marido para a filha recém divorciada.

O primeiro conflito precedente desse encontro surge porque Kajal se enche de receios para falar com sua família sobre os pais de Jai, que dentro do meu ponto de vista é completamente compreensível, uma vez que ela vem de uma família tradicional que preserva os rituais tradicionais da Índia. E, claro, ela tem consciência de quem a mãe é, uma tagarela que não deixa nada passar sem que seja atentamente observado e comentado. Gostaria de comentar aqui muitas situações decorrentes do filme, mas isso seria um spoiler grande demais que iria interferir no clímax do filme.


- Um trilha sonora singela e fofa

A trilha sonora do filme, assim como o próprio filme, é bem despretensiosa, ainda que seja cantada por grandes nomes da música bollywoodiana.  As músicas são bem leves e de um humor maravilhoso. Uma das minhas favoritas é Rozana, que apresenta um casal apaixonado no modo mais simples e casual que se pode ser tendo como plano de fundo Londres e seu espírito natalino. É preciso destacar Phir Se, a música título do filme que apresenta a perspectiva dos protagonistas diante da nova realidade após o divorcio com seus medos e anseios. Que é a música que fala exatamente sobre o principal plot do filme, seguir em frente e buscar novas oportunidades, na vida e no amor.



O que achei do filme?
- O que foi bom: A ideia geral do filme é muito atrativa pra mim, adoro ver esse tipo de personagem, principalmente feminino, em que o divorcio não é o fim do mundo e que há muita vida depois de um casamento fracassado.
- O que foi ruim: Talvez todo o clichêzão do filme, mas que faz muito sentido dentro de diálogos que vão se apresentando dentro do filme. Isso é ruim? Talvez sim, talvez não.
Assistir ou não assistir: Assista! É um filme leve, pra sentar e descontrair e, por que não, refletir sobre as oportunidades que devemos nos proporcionar.


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