12 de fevereiro de 2018

Shubh Mangal Saavdhan (2017)

© Eros Now

Sabe aquele tema que é tabu, que mexe com a estrutura da sociedade? São vários, né? Mas pense em como tratar esse assunto com leveza. Eu sei, nem sempre é uma tarefa fácil, mas SMS tirou de letra essa tarefa. O filme trabalha com muita maestria e bom humor um tema como a disfunção erétil. E vale destacar que o filme trabalha com muito humor todas nuances que envolve a relação entre o homem e uma mulher, principalmente na Índia, lugar onde a família está presente nessas relações a todo momento.

Sinopse:
A história é sobre um rapaz Mudit Sharma, (Ayushmann Khurrana) que se compromete com uma garota, Sugandha (Bhumi Pednekar). Será um casamento organizado e as famílias de ambos estão ansiosas para isso. No entanto, devido à disfunção erétil, Mudit não consegue uma ereção e, sob o conselho de seus amigos, experimenta vários charlatões que tratam a impotência.


Humor convincente e atuações consistentes!

- Boa atuação e ótima química dos personagens
É indescritível não destacar a boa parceria do Ayushmann e da Bhumi. A construção dos personagens cabe perfeitamente dentro dos personagens que ambos constroem,  provavelmente, por terem atuado juntos anteriormente em Dum Laga Ke Haisha (2015). A sintonia do casal foi ótima mesmo com todos os conflitos e situações que movimentaram o relacionamento turbulento deles. É impossível não se sentir balançada diante da sintonia desses dois,  e se tem uma coisa que esse filme não tem é falta de sintonia... e o casal protagonista tem de sobra.



- Um roteiro com sensibilidade ou uma sensibilidade com roteiro?
O filme carrega uma sensibilidade maravilhosa pra um filme que traz uma proposta baseada no humor e na comédia cotidiana. O roteiro possui alguns furos ao tentar manter sua proposta quando o assunto é tocar um tema tabu como a disfunção erétil como plot principal do filme, uma vez que eles apresentam o lado do charlatanismo, mas apresenta de maneira muito rasa as formas de lidar com essa situação. No entanto, destaco aqui que a forma rasa como o tema foi apresentado não desestrutura em nada a forma como o roteiro ficou leve e extremamente divertido, pelo contrário, acredito que essa forma rasa impulsionou as cenas divertidíssimas em que apresentavam a analogia ao sexo e a disfunção erétil. 

- A tímida força e protagonismo da mulher indiana.
O que me chamou atenção foi a quantidade de temas sociais considerados tabus dentro da sociedade indiana apresentados nesse filme, alguns ficaram bem evidentes enquanto outros passaram de maneira bem tímida, mas ainda assim encontraram um lugar nessa trama. O filme me deixou bastante surpresa em apresentar um feminismo bem tímido... como assim tímido? Em nenhum momento o filme apresenta explicitamente  uma bandeira feminista e nem creio que essa seja a proposta do filme, mas não podemos negar que temos aqui filme que explora a família da classe média indiana em que temos uma mulher moderna dentro dos seus trajes de uma Índia tradicional. Nesse filme vemos uma dupla de amigas assistindo filmes pornôs, falando sobre sexo antes do casamento, uma mãe que está aberta a falar de sexo com sua filha e... pasmem... um pai que ao seu modo também que é consciente do universo da sexualidade que ronda a sua filha, mesmo que essa realidade o apavore. Eu não sei pra vocês, mas pra mim esse filme foi uma caixinha de surpresas maravilhosa de se abrir.

Não tem como negar que eles são fofos... 
- A divertida analogia do sexo e seu universo
Um filme que traz um humor atrevido trouxe como carro chefe das suas melhores cenas as analogias e sentidos figurados do sexo. Como não rir ao ver a disfunção erétil ser figurada num biscoito molhado no chá? Não entendeu? Assista esse filme que você vai rir demais. O que são as analogias do sexo com Ali Babá e os 40 ladrões? Eu queria dar um prêmio pra essa mãe por ter tido essa sacada. A comparação das preliminares com procissão do noivo no cavalo ao encontro da noiva é uma das minhas cenas favoritas, até porque ela se passa num consultório veterinário. Essas e outras analogias carregam a leveza e o divertimento desse filme.

O que eu achei do filme?
O que foi bom: A diversidade de temas trabalhadas no filme. O perfeito equilíbrio em trabalhar temas como o sexo sem ser vulgar e ser adulto. 

O que foi ruim: O tema principal ficou um pouco perdido na segunda metade do filme, no entanto não destruiu a narrativa do filme e nem quebrou a sua dinâmica.

Assistir ou não assistir: Inquestionavelmente... assista! Um filme pra lá de divertido e muito adulto, no sentido positivo do tema. O recomendado é rir em bom e alto som, afinal o filme veio pra isso. 



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